Em 2014 a área delimitada pelas ruas do Poço dos Negros, Poiais de São Bento, São Bento, da Silva, dos Pescadores, dos Mastros e das Gaivotas apresentava um elevado número de pisos térreos desocupados, sendo a taxa de desocupação nalgumas ruas próxima dos 50%.

Como manifesto e de forma a testar modelos alternativos de ocupação foi arrendado, reabilitado e gerido o rés-do-chão nº 119 da Rua Poço dos Negros. Este espaço foi escolhido de forma estratégica por ser emblemático do problema (estava desocupado há 10 anos), pela sua área, estado de conservação e características espaciais. Depois de arrendado, foi projectada uma intervenção de reabilitação com custos muito reduzidos, preservando as principais qualidades das várias camadas de ocupação e a memória do seu anterior uso de mercearia de bairro. Este espaço-piloto foi ocupado com modelos de arrendamento alternativos, funcionando como loja partilhada / co-work. Ocupada por artistas e artesãos, esta oficina – loja permitiu a produção e comercialização dos produtos dos vários residentes que beneficiaram de uma relação directa com o público e com a comunidade.